O Mais Preparado dos Brasileiros, o futuro presidente Zezinho, está muito preocupado com os seguidos apagões que o Brasil vem experimentando. Por conta disso, tem feito propostas que demonstram seu superior preparo para dirigir a Nação.
Agora o Presidente de Nascença identifica um novo desafio para o progresso: o apagão estatístico. Esse novo perigo, gerado pela displicência e ignorância do usurpador do planalto, traz riscos exponenciais às instituições udenistas.
Como Maior dos Engenheiros e Prócer dos Economistas, o pres. Zezinho é um homem dado aos números. Nos círculos estatísticos mundiais, é conhecido como o Novo Gauss, já que domina a ciência estatística como poucos.
Por isso, com sua bayesiana sabedoria, facilmente inferiu que a competência das empresas de pesquisa de opinião vem caindo semana a semana.
Analisando os resultados das pesquisas eleitorais dos principais institutos, tem encontrado erros cada vez mais gritantes e fora do desvio-padrão, exceto nas pesquisas do Instituto Dataprado e o CMAPP.
Refletindo com seus botões, à falta de um Neyman ou um Snedecor para auxiliá-lo, o pres. Zezinho, em sua profunda análise multivariada do problemas, concluiu que o problema tem forte correlação positiva com o despreparo dos estatísticos que trabalham nos institutos, que não conseguem aplicar bons modelos de suavização exponencial às suas pesquisas, gerando saltos bruscos nos resultados.
“É claro que não se trata de exigir que os institutos tenham alguém do meu nível”, disse o Bernoulli da Mooca. Não é preciso nem que contratem um Wedderburn, um Fisher ou um Pearson.
“Mas temos que investir na qualidade da mão-de-obra, formar gente com competência acima da média móve”, disse o grande entusiasta da educação.
Para tanto, o pres. Zezinho decidiu iniciar um ousado programa de formação de estatísticos.
Convocou representantes dos principais institutos de pesquisa para um curso de estatística avançadíssima, ministrado pessoalmente pelo Luminar dos Luminares, como se vê abaixo:
Mas o seu Majestoso Encéfalo de Estadista foi além. Tomou a decisão de criar o Ministério da Estatística e Pesquisas de Opinião. O novo órgão centralizará a realização de todas as pesquisas de avaliação do governo e de tendências eleitorais. Com isso, acabarão as distorções hoje imperantes e o país terá pesquisas absolutamente confiáveis.
Inicialmente, cogitou-se trazer do mundo desenvolvido algum especialista renomado para dirigir o novo ministério, sendo aventados nomes como os de Goldstein, Vandewalle ou Hubert. Mas o Presidente de Nascença os descartou: “não é preciso chamar esses experts, por eu vou pessoalmente prover o conhecimento de ponta necessário”.
Com isso, ganhou força o nome do seu assessor para pesquisas, sr. Bolat, velho colaborador de confiança e especialista em Distribuição de Poison.
Comentário da tia Carmela
O Zezinho sempre gostou de dar aula de matemática. Quando ele era criança, na Mooca, às vezes ele se oferecia pra dar aula particular pros coleguinhas que iam mal em matemática na escola. Os problemas que ele usava para ensinar os meninos eram sempre assim: “o Zezinho tem três carrinhos e ganhou mais dois; com quantos ele ficou?”. Ou: “um menino tinha 32 dentes antes de começar a brigar com o Zezinho; ao final da briga, tinha 30; quantos dentes o Zezinho arrancou dele?”. Uma vez o Reinaldinho Cabeção estava indo mal em matemática e o Zezinho ofereceu ajuda. Só que ensinou tudo errado e o Reinaldinho Cabeção foi pior ainda no exame e ficou de segunda época.