Gerou um conflito no sempre harmonioso seio da UDN a escolha do silvícola Mauricinho Tupinambá (Cacique Merendinha) como o novo vice do Mais Preparado dos Brasileiros, o futuro presidente Zezinho.
O até então favorito a ocupar o posto, o sr. Cachorro-Lagosta, teve um ataque de raiva ao receber a notícia, levada pessoalmente pelo moleque de recados do Presidente de Nascença, Bob Jefferson. A esponja-mensageira foi recebida a mordidas pelo furioso líder udenocanino e seus assessores, sendo necessária a intervenção da equipe da carrocinha para acabar com o conflito. O professor-orientador do canino, Cesar Millan, Ph.D (UCLA), também foi acionado, mas os habituais dois biscroques e uma bolinha de tênis não funcionaram.
Uma vez contido, mas ainda babando de raiva, o Cachorro-Lagosta deu uma entrevista coletiva, na qual não escondeu seu descontentamento: “O que o Zezinho tem na Cacciola? Pra quê chamar um selvagem, se poderia contar comigo, que já estou domesticado?!”
A escolha do parlamentar nativo-brasileiro pode reduzir a votação do pres. Zezinho entre os amplos setores que apoiavam a candidatura do simpático cãozinho. O Cachorro-Lagosta declarou que não está disposto a empenhar-se na campanha do Presidente de Nascença, por estar muito decepcionado com a UDN e com o pres. Zezinho. O canídeo disse que só não passará a apoiar Marina Silva porque ela é contra a Teoria da Evolução, o que afeta diretamente os interesses do Cachorro-Lagosta.
Os selvagens também têm sentimentos
Informado da reação furiosa do Cachorro-Lagosta, o Cacique Merendinha entristeceu-se. Depois de chorar em altos brados, o tupinambá apareceu ainda coçando o nariz e fungando compulsivamente para atender a imprensa. Na sua entrevista, o gentio declarou-se injustiçado e fez uma revelação:
“Eu sempre tive uma boa relação com o Cachorro-Lagosta. Quando ele vinha ao Rio, nas reuniões da UDN, eu sempre o levava para passear no calçadão. Tenho até uma coleira em casa reservada para ele. Sempre íamos juntos ao Bar Jobi, para ele dar umas mordidas nuns petistas.”
Comentário da tia Carmela
Separar amigos e destruir amizades sempre foi especialidade do Zezinho. Descontentar quem confiou nele, então, nem se fala! Quando ele era criança, lá na Mooca, ele fazia isso sempre… Já contei uns cinquenta casos desses…